quinta-feira, 8 de maio de 2025
O Papa LEÃO XIV
O Papa Leão XIV
Prof. Severino Vicente da Silva – Biu Vicente
Presidente do IHO
Hoje começa um novo pontificado na cidade do Vaticano, último reduto de um poder absoluto, embora ainda não saibamos quem virar a ser o governante do menor estado, que reinará sobre metade da população , mundial, extrapolando todas as fronteiras físicas. Contudo, como diria antigo dirigente soviético, ‘não tem tanques’. Tem sido assim desde Júlio II, um papa guerreiro, que ia aos embates, enquanto seus sucessores praticavam a guerra diplomática, e as perdia, e perdiam seguidores e, no século XIX foram feitos brinquedos. Apenas a fé dos camponeses os mantinham no poder, e alguns as usaram. Nenhum dos grandes reis dependeu tanto do poder feminino, enquanto os homens estavam envolvidos com o poder imediato das armas. Após condenar o mundo das ciências, mantiveram alianças com alguns potentados coroados, espanhóis, austríacos e franceses, e assim enfrentaram os “irmãos separados” e os críticos da religião, vista como expressão do atraso, da futilidade. Até mesmo alguns teólogos não apenas anunciaram a ‘morte de Deus’ mas também anunciavam seu túmulo: a própria Igreja católica, enquanto a liberdade de pensamento permitia que outros seguidores do cristianismo obtivessem sucesso no mundo condenado pelo Papa Pio IX. Este papa se trancou nos palácios medievais e renascentistas, no que foi seguido por Leão XIII, Pio X, Bento XV, Pio XI e Pio XII. Excetuando Pio X, os demais escreveram refletindo os problemas do mundo, mas sempre como reis que ordena a seus súditos. Preocupados com o sucesso de seus jornais e telejornais, os magnatas esquecem o padre, filho de um pastor, que serviu como enfermeiro na guerra que Bento XV recusara, que servira a Igreja como embaixador em vários países europeus, esquecem o papa que abriu os palácios, e lançou, de novo, a Igreja como protagonista, e, vendo-a como Mãe e Mestra, começa a apontar o caminho para Paz na terra. O Papa recentemente falecido era um leitor de João XXIII, que pôs a Igreja no mundo, convidando os católicos e preocupar-se e buscar com o Reino de Deus, a servir o mundo como uma mãe cuida do filho.
Faz algum tempo, um papa escolheu o nome de Francisco para dar um significado aos seu pontificado, e todos olharam para o ‘pobrezinho de Assis’, e nela viram a possibilidade de renovação da Igreja, e todos aclamaram cada movimento do Bispo de Roma na direção de aceitamento de todos que sempre tiveram os direitos negados, a humanidade suprimida pelo egoísmo de alguns, de tal forma a colocar em risco a vida da própria humanidade. Francisco apresentava-se pobre, e seu testamento é uma grande medida para entender o quanto lhe foi difícil ser aceito pelos membros do clero, quase tanto quanto Francisco de Assis, a quem quem o papa da época , Inocêncio III, relutou receber. Mas depois cuidou de reformar a Igreja, o IV Concílio de Latrão. enquanto cuidava de retomar o poder da Igreja. Na escolha do Cardeal latino americano, os católicos virsm ascender uma personalidade universal e reorganizadora da Igreja, como tentara fazer o bispo Francisco Sales, em sua diocese, na Suíça Reformada. Francisco Sales foi um bispo do diálogo e da organização de sua diocese.
Neste dia, 8 de maio, celebra-se a vitória contra os exércitos nazifascistas, e estamos a uma semana do aniversário da encíclica Rerum Novarum, escrita pelo papa Leão XIII, a primeira carta sobre a Questão Operária, a partir de uma ótica católica e que deu início à Doutrina Social da Igreja. Ao escolher ser o 14º papa com o nome de Leão, citando o papa Francisco várias vezes em sua primeira homilia, o novo pontífice parece que quer nos indicar o caminho a seguir: ser missionário, com o coração e mente abertos para as revoluções que nos tocam hoje, como tocou o agostiniano Martin Lutero e outros dos séculos XVI e XVII, que desejaram reformar a Igreja; missionário na América Latina, a América dos pobres, os amados do Pai; missionário na Igreja, ajudando-a a superar os enganos dos clérigos e leigos.
Anthony Queen fez um belo retrato do que poderia ser a grande utopia cristã, pois os sapatos que calçaram Francisco são semelhantes às Sandálias do Pescador. Esse parece ser é caminho apontado pelo bispo que, nascido em Chicago, é cidadão peruano por escolha.
Ouro Preto, Olinda
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